O tipo de cirurgia a que se submeteu o papa Francisco neste domingo (4) é considerada comum principalmente em pacientes mais velhos, mas apresenta riscos, afirmam especialistas.
A estenose diverticular, espécie de estreitamento no intestino, apresenta diversas manifestações clínicas. O envelhecimento do tecido leva ao aparecimento de pequenas bolsas, os divertículos, que são pontos de fraqueza. Pode não ter nenhum sintoma associado, mas se há evolução, o paciente tem dificuldade para evacuar, alteração nas fezes e aumento de riscos de obstrução intestinal.
Paulo Gustavo Kotze, coloproctologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, de Curitiba, também explica que a doença pode evoluir para uma inflamação maior, a diverticulite.
– Ocorre quando há muitas perfurações dessas bolsinhas. A depender de seu grau, pode causar infecções mais severas, como uma perfuração maior que leva à peritonite, uma inflamação geral – afirma.
Kotze explica ainda que toda cirurgia no intestino grosso é considerada de média à alta complexidade.
– Quando temos uma junção intestinal, é possível ter risco de vazamento ou infecção local pós-operatória.
RECUPERAÇÃO
A cirurgia laparoscópica, menos invasiva, apresenta a melhor condição de recuperação. O paciente geralmente sente menos dor e recupera as funções vitais mais rápido. Já a cirurgia aberta pode trazer dor associada, por ter trauma local maior, explicam os especialistas. O Vaticano não informou ontem qual foi o tipo de procedimento realizado.
*AE