A jornalista Vera Magalhães foi bastante criticada nas redes sociais, nesta terça-feira (17), após fazer uma pergunta considerada “desrespeitosa” ao sambista Martinho da Vila, convidado do Roda Viva da noite desta segunda (16). No programa, ela questionou o veterano sobre a relação das escolas de samba do Rio de Janeiro com a milícia.
Visivelmente constrangido com a pergunta, Martinho sorriu e brincou, dizendo que “o jogo do bicho foi inventado em Vila Isabel”. Ele também disse que não tinha “notícia da milícia dirigindo uma escola de samba”. Insatisfeita com a resposta, Vera insistiu e chegou a citar o miliciano Adriano da Nóbrega e sua atuação para aproximar bicheiros e milicianos – ainda assim, Martinho tornou a responder que não tinha conhecimento sobre o assunto.
Após o programa, Vera usou seu Twitter para se gabar da abordagem com o sambista e acusou Martinho de “desconversar” ao ser questionado sobre o tema.
– Martinho da Vila desconversou quando questionei sobre a infiltração mais recente das escolas de samba do Rio pelas milícias. Isso é um tema tabu que os sambistas têm de enfrentar – escreveu Vera, que apagou a publicação após receber inúmeras críticas.
Mesmo após deletar o tuíte, o filho de Martinho, Tunico da Vila, fez questão de retrucar.
– Ele não desconversou… ele só não quis conversar porque realmente é um assunto desnecessário e desrespeitoso com ele….só isso….nada demais – respondeu Tunico.
Vera também rebateu.
– Não vejo desrespeito algum. Nem todas as perguntas numa entrevista são agradáveis, infelizmente. De resto, respeito sua opinião. Um abraço – escreveu.
Ao site NaTelinha, do portal Uol, Tunico reforçou as críticas à jornalista.
– Achei muito bonita a entrevista, porém, a Vera Magalhães foi muito desrespeitosa com o meu pai. Foi uma pergunta de uma tentativa de desempoderar um líder do movimento negro, que é o Martinho da Vila. Já não é a primeira vez que ela faz isso, ela fez uma pergunta também para o rapper e meu amigo Emicida – falou.
O sambista continuou, e afirmou que perguntas desse teor devem ser feitas para os banqueiros do jogo do bicho.
– Ou para os milicianos, ou governador, prefeito ou juiz. Fazer uma pergunta para quem tem um braço armado é muito difícil, é mais fácil tentar fazer para um artista que não tem um braço armado, é um líder cultural, do samba, é um exemplo para favelados, para pessoas que moram no asfalto, para todas as classes. É um exemplo para o movimento cultural brasileiro. Foi sim uma pergunta infeliz, descabida e com cunho um pouco racista – acusou.
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