Uma escavação arqueológica em Fenstanton, na Inglaterra, encontrou um esqueleto com 13 pregos, em uma descoberta rara que evidencia a prática da crucificação romana no território do país. O esqueleto estava em um assentamento romano com cinco pequenos cemitérios, algo considerado incomum na região.
Esta é a primeira evidência de crucificação antiga no Reino Unido e do norte da Europa. De acordo com o artigo que será publicado na edição de janeiro/Fevereiro de 2022 da revista British Archaeology, o assentamento foi identificado em 2017, mas não chamou a atenção dos pesquisadores no primeiro momento. Apenas quando os esqueletos foram levados para o laboratório, foi possível notar que havia um prego no calcanhar de um deles.
Ao todo, foram encontrados 13 pregos em todo o esqueleto, sendo o do calcanhar o mais evidente. Os especialistas encontraram ainda sinais de afinamento na parte inferior das pernas, o que pode ser consequência de infecção, inflamação ou irritação decorrente de amarração ou algemamento.
Segundo os pesquisadores, os pregos indicam ainda que o homem, com idade entre 25 e 35 anos, não deve ter sido colocado em um caixão, mas em uma tábua ou em um suporte para caixão.
O que faz o achado ser tão raro é que, embora durante o império romano, a prática da crucificação fosse relativamente comum, na maioria dos casos as vítimas eram amarradas à cruz, não pregadas. E, mesmo nos casos em que se utilizavam os pregos, eles eram descartados posteriormente.
Segundo os autores do artigo, apesar da descoberta não ser uma prova absolutamente incontestável da crucificação, esta parece ser a única explicação plausível, o que torna este o quarto caso de crucificação antiga que pode ser comprovado por evidências arqueológicas.