Um artigo publicado nesta sexta-feira (13) na revista The Lancet Gastroenterology & Hepatology aponta que um surto de hepatite em crianças pelo mundo pode ter alguma relação com o vírus que causa a Covid-19. A possibilidade foi discutida por pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, e do Centro Médico Cedars Sinai, nos Estados Unidos.
O artigo aponta que, após testes negativos para os principais causadores da hepatite, especialistas encontraram o adenovírus 41F em 72% das crianças diagnosticadas com a doença no Reino Unido. Pesquisadores acreditam que pode ser um problema após a infecção da variante ômicron da Covid-19.
A publicação afirma que o vírus causador da Covid-19, o SARS-CoV-2, poderia gerar efeitos prolongados no organismo, que se tornariam mais intensos quando ocorre a infecção por adenovírus 41F. A ideia dos cientistas é de que o vírus da Covid-19 formaria “reservatórios” no trato gastrointestinal, o que liberaria proteínas e ativaria células imunes.
– Nossa hipótese é de que os casos recentemente relatados de hepatite aguda grave em crianças podem ser uma consequência da infecção por adenovírus com trofismo (tecido) intestinal em crianças previamente infectadas por SARS-CoV-2 e portadoras de reservatórios virais – diz o artigo.
Até o o momento, mas de 300 casos de hepatite em crianças já foram registrados pelo mundo.