Pessimista com a economia, Musk quer cortar 10% dos empregos da Tesla
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Publicado em 03/06/2022

O CEO da Tesla, Elon Musk, tem um “sentimento muito ruim” sobre a economia e quer cortar cerca de 10% dos empregos na montadora de carros elétricos, disse ele em um e-mail para executivos visto pela Reuters.

A mensagem veio dois dias depois que o homem mais rico do mundo disse aos funcionários para retornarem ao trabalho presencial ou deixar a empresa.

Tesla empregava cerca de 100.000 pessoas na empresa e em suas subsidiárias no fim de 2021, de acordo com seu arquivamento anual de documentos nos Estados Unidos.

O forte alerta de Musk sobre uma possível recessão e o efeito dominó para as montadoras é a previsão mais direta e de alto perfil desse tipo no setor.

Embora as preocupações com o risco de recessão tenham crescido, a demanda por carros da Tesla e outros veículos elétricos permaneceu forte e muitos dos indicadores tradicionais de desaceleração – incluindo o aumento dos estoques de revendedores nos Estados Unidos – não se materializaram.

Mas a Tesla tem lutado para reiniciar a produção em sua fábrica de Xangai depois que os lockdowns forçaram interrupções.

A perspectiva sombria de Musk ecoa comentários recentes de executivos, incluindo o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, e o presidente do Goldman Sachs, John Waldron. Um “furacão está logo ali vindo em nossa direção”, disse Dimon esta semana.

A inflação nos Estados Unidos está pairando nas máximas de 40 anos e causou um salto no custo de vida para os americanos, enquanto o Federal Reserve, banco central do país, enfrenta a difícil tarefa de amortecer a demanda o suficiente para conter a inflação sem causar uma recessão.

“Pausar todas as contratações”

Antes do aviso de Musk, que veio em um e-mail intitulado “Pause todas as contratações em todo o mundo”, a Tesla tinha cerca de 5.000 vagas de emprego no LinkedIn, de engenheiros em sua nova fábrica em Berlim a cientistas em Palo Alto.

A exigência de Musk de que os funcionários retornem ao escritório já enfrentou resistência na Alemanha.

“Todos na Tesla são obrigados a passar um mínimo de 40 horas no escritório por semana”, escreveu Musk em seu e-mail de terça-feira. “Se você não aparecer, vamos supor que você renunciou.”

Fábricação do carro Model 3 da Tesla em Xangai, China / 07/01/2020 REUTERS/Aly Song

Musk também se envolveu em uma discussão no Twitter com o bilionário de tecnologia australiano e cofundador da Atlassian Plc, Scott Farquhar, que ridicularizou a diretiva em uma série de tweets como sendo “algo dos anos 1950”.

Musk escreveu: “As recessões servem a uma função vital de limpeza econômica” em resposta a um tweet de Farquhar que incentivou os funcionários da Tesla a analisar seus cargos remotos.

No fim de maio, quando perguntado por um usuário do Twitter se a economia estava se aproximando de uma recessão, Musk disse: “Sim, mas isso é realmente uma coisa boa. Está chovendo dinheiro em tolos há muito tempo. Algumas falências precisam acontecer”.

 

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