Uma nota técnica do Ministério da Saúde finalizou o uso e a produção da vacina AstraZeneca, produzida no Brasil pela FioCruz, por conta dos riscos de trombose atribuídos ao imunizante que foi aplicado em 115,6 milhões de brasileiros até janeiro de 2022.
A recomendação foi publicada em 27 de dezembro de 2022, mas passou despercebida. O documento diz que tanto a AstraZeneca, quanto a Janssen não sejam aplicadas em pessoas com menos de 40 anos e que as demais vacinas disponíveis tenham preferência.
A justificação são os casos de síndrome de trombose com trombocitopenia (STT) que foram identificados em outros países no início da vacinação e que também tiveram casos registrados no Brasil.
O documento diz que 98 casos de STT relacionados à AstraZeneca foram notificados no e-SUS, destes, 34 tiveram nível 1 de certeza diagnóstica (casos confirmados), 17 casos com nível 2 (casos prováveis) e 47 casos com nível 3 (casos possíveis). Mulheres com menos de 40 anos foram as principais vítimas.
– Entre os casos prováveis e confirmados (níveis 1 e 2 de certeza diagnóstica), observa-se que a quase totalidade dos casos ocorreram com as vacinas Astrazeneca e Janssen, com incidências semelhantes entre elas, e com a primeira dose da vacina. Apenas 2 casos ocorreram com a segunda dose e, mais recentemente, tem-se observado a ocorrência de casos com as doses de reforço – diz trecho da nota técnica 393/2022.
Diante desta nova recomendação, o Ministério da Saúde optou por não renovar o contrato com a FioCruz, assim, as vacinas deixam de ser produzidas e utilizadas no Brasil.