A mãe do bebê que foi colocado no bolso do jaleco de uma fisioterapeuta durante uma “dancinha” dentro do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, disse ter ficado “sem chão” ao saber que o recém-nascido vítima do ocorrido era seu filho.
Segundo o portal G1, o vídeo da “dancinha” chegou ao celular da mãe do bebê em 14 de agosto; mas apenas dois dias depois ela teria descoberto que o recém-nascido na gravação era seu filho. A mulher, que tem 23 anos, deu à luz gêmeos, que nasceram prematuros.
– Eles nasceram prematuros, já foram logo para o aparelho de ventilação, porque não conseguiam nem respirar sozinhos. Até hoje, eles estão com sonda – disse a mãe.
Após a repercussão do caso, a fisioterapeuta foi afastada e três técnicas de enfermagem foram demitidas. Além disso, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar crime na conduta das profissionais.
A advogada da família, Mariani Regina da Silva, disse que a criança que aparece no vídeo contraiu uma bactéria após a gravação. O Hospital Marieta, no entanto, contestou a acusação e disse que “não há qualquer relação entre o fato filmado e a colonização bacteriana, tendo em vista que a coleta foi realizada no dia anterior ao ocorrido”.
A mãe da criança também disse ter sofrido violência obstétrica da equipe do hospital e relatou que os filhos teriam nascido na sala de pré-parto. A unidade, porém, nega a acusação. De acordo com a mulher, ela teria chamado enfermeiros durante a madrugada anterior ao nascimento dos filhos, mas não foi atendida.
– Tive que esperar a troca de turno, às 7h. A enfermeira perguntou pra mim qual foi o último horário que o médico tinha ido ali para fazer o exame de toque. Eu falei que foi às 2h. Ela já olhou para o médico e ele veio ver. Ele só afastou minha perna e a mão do neném já estava para fora – detalhou.
Ao comentar o caso, o Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren-SC) informou que não recebeu nenhuma denúncia sobre o ocorrido, mas destacou que “segue apurando os fatos junto ao Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen para averiguar o envolvimento de profissionais de enfermagem”.