Gravações de caixas-pretas do avião foram 100% extraídas
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Publicado em 12/08/2024

Neste domingo (11), o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), anunciou que o órgão conseguiu extrair todo o conteúdo das duas caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira (9). O acidente resultou na morte de 62 pessoas, incluindo 58 passageiros e quatro tripulantes. O material coletado será agora analisado por uma equipe de investigadores em Brasília.

– Os dados foram obtidos, validados, e agora aguardamos a linha de investigação de nossos investigadores, que ainda se encontram aqui comigo, regressarem a Brasília para a gente começar a trabalhar na transformação desse número enorme de dados para a informação útil para a sociedade.

Moreno informou ainda que os dois motores da aeronave serão analisados em São Paulo para verificar se estavam funcionando corretamente no momento do acidente. Ele destacou que o relatório preliminar da investigação deve ser apresentado em um prazo de 30 dias.

Três representantes do Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA) chegaram ao local do acidente neste domingo. A participação do BEA foi solicitada pelas autoridades brasileiras devido ao fato de que o modelo da aeronave, ATR-72, foi fabricado na França.

Além disso, representantes do Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá (TSB) também são esperados em Vinhedo, uma vez que os motores do avião foram produzidos naquele país. As equipes de investigação da França, Canadá e Brasil devem colaborar para determinar as causas do acidente.

As caixas-pretas, que são essenciais para a investigação, contêm dois gravadores: um de áudio (Cockpit Voice Recorder – CVR) e outro de dados técnicos (Flight Data Recorder – FDR). O CVR registra as comunicações entre os pilotos, comissários de bordo e controle de tráfego aéreo, enquanto o FDR armazena informações como altitude, velocidade e outros parâmetros técnicos da aeronave durante o voo.

Esses dados permitem que os investigadores compreendam a sequência dos eventos e os possíveis fatores que contribuíram para a queda da aeronave. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o Cenipa é reconhecido internacionalmente pela competência em investigações desse tipo.

Embora sejam popularmente conhecidas como caixas-pretas, elas são, na verdade, pintadas de laranja para facilitar a localização em caso de acidentes, devido à alta visibilidade da cor em meio a escombros ou debaixo d’água.

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