Mãe inventa doença e submete filha a cirurgias desnecessárias
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Publicado em 20/06/2021

Uma mãe norte-americana está sendo acusada de inventar uma doença para a filha adotiva de 6 anos e obrigá-la a passar por quase 500 tratamentos médicos desnecessários, incluindo cirurgias.

Sophie Hartman, de 31 anos, alegou que sua filha sofria de uma doença neurológia rara chamada hemiplegia alternada da infância. Ela chegou a submeter a filha a um implante cirúrgico de tubo de alimentação e outro de cecostomia, para limpar o intestino, e solicitou os médicos que dessem à criança um implante hormonal cirúrgico para impedir o início precoce da puberdade.

Apesar de os profissionais da saúde insistirem que não era necessário, a mãe fez ainda a menina usar cadeira de rodas e aparelho ortopédico.

Neste período, diversos eventos de arrecadação de fundos para tratar a falsa doença foram realizados, além da criação de página de mídia social. A menina chegou a receber um desejo da Make A Wish Foundation em 2018. Na época, Sophie disse que sua filha poderia “ficar paralisada a qualquer momento”.

– Ela pode perder a capacidade de falar e ter todos os tipos de convulsões e ter dores extremas. É muito difícil – disse em vídeo para a organização que realiza desejos de crianças diagnosticadas com doenças graves.

mae é acusada de fazer filha passar por 500 procedimentos médicos desnecessários
 

A suspeita contra Hartman teve início após especialistas do Hospital Infantil de Seattle ficarem preocupados com a série “de pedidos da mãe para procedimentos cada vez mais invasivos com base em sinais e sintomas não documentados relatados”, conforme consta em relatório do tribunal que investiga o caso.

Os médicos decidiram notificar o Departamento de Crianças e Jovens, em fevereiro deste ano, que retirou a criança dos cuidados da mãe em março. A menina passou os 16 dias seguintes no hospital, e nesse período, os médicos confirmaram a boa saúde da criança.

– Em nenhum momento durante sua internação houve qualquer descoberta ou sintoma relatado para apoiar qualquer um de seus diagnósticos anteriores. Todas as evidências disponíveis obtidas durante o curso de sua internação sugerem que é uma criança saudável de 6 anos de idade que continuaria a se beneficiar da redução do apoio médico e da normalização de sua experiência de infância – disseram os especialistas.

O advogado de Sophie Hartman, Adam Shapiro, afirma que as acusações contra a sua cliente são falsas, e que a menina foi diagnosticada com a doença por um neurologista pediátrico da Duke University e por um neurologista do Hospital Mary Bridge em Tacoma.

À Fox Q13, a defesa alegou ainda que “o médico do Hospital Infantil de Seattle, que está por trás das acusações deste caso, não é um especialista nesta enfermidade” e que o profissional da saúde “provavelmente, tem pouca ou nenhuma experiência nesta doença”.

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