Após um acidente aéreo matar a cantora Marília Mendonça e outros quatro ocupantes da aeronave em que ela viajava, na última sexta-feira (5), muitas pessoas começaram a se questionar sobre o porquê de todas as pessoas terem morrido, já que o avião sequer estava severamente destruído, como é de se esperar em acidentes do tipo.
A explicação, de acordo com uma reportagem do portal UOL, pode estar na física, mais especificamente em como ocorre a distribuição de forças em um acidente como o que vitimou a artista de 26 anos e as outras quatro pessoas. Em um caso como o de sexta, afirmou o site, a situação pode ter sido agravada pela trajetória da queda.
Segundo a publicação, caso o avião faça um pouso forçado, geralmente as forças se distribuem entre a movimentação vertical e a horizontal da aeronave, a mesma trajetória de pouso comum de um avião, que desce em um ritmo controlado enquanto avança para a frente, mas dificultada pelo fato disso não ocorrer em uma pista.
Entretanto, no acidente envolvendo Marília Mendonça, a suspeita de um especialista ouvido pelo UOL é de que tenha ocorrido perda de sustentação, e o avião tenha caído na vertical, não para a frente, como costuma ocorrer. O gerente técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Raul Marinho, ressalta que a possibilidade ainda é uma hipótese.
– Se fosse um pouso forçado e o avião tivesse pousado e parado naquela posição, provavelmente, todos estariam vivos. Aparentemente, o avião caiu de maneira abrupta […] Se foi isso que ocorreu, o avião teria caído e, ao tocar no solo, sofrido uma desaceleração brusca, ocasionando a morte das pessoas a bordo. Mas isso é apenas uma hipótese – afirma.
Outra especialista ouvida pelo site, a mestra em terapia ocupacional neurológica, Adnamare Tikasawa, destaca que a desaceleração é uma das principais responsáveis pelas mortes em um caso de uma diminuição brusca da velocidade de um corpo em movimento.
Adnamare diz ainda que o corpo da pessoa fica parado, fixo no objeto em movimento (no caso, o avião), mas os órgãos internos mantêm a velocidade. Pelo fato de os órgãos não estarem totalmente presos, eles acabam se chocando com muita força contra ossos, músculos e pele.
De acordo com a intensidade do impacto, órgãos internos como o baço e o fígado, podem se romper, de acordo com Adnamare. Já o cérebro tende a entrar em choque contra a caixa craniana, formando coágulos hematomas e lesionando o órgão. Ainda pode ocorrer um deslocamento do cérebro dentro da calota craniana
Além destes danos, a especialista diz também que é comum que ocorram múltiplas fraturas, como a da coluna cervical, e completa destacando que “quanto maior a velocidade, maiores são os danos”.