Dados dos cartórios de registro civil divulgados no portal da transparência da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) apontaram que, após um ano e meio, a Covid-19 deixou de ser a maior causa de morte no Brasil desde a segunda quinzena do último mês de outubro. Com isso, as doenças cardiovasculares voltaram ao topo da lista, o que não ocorria desde abril de 2020.
As principais causas de mortes, levando em conta os óbitos entre 16 e 31 de outubro, são o Acidente Vascular Cerebral (AVC), com 4.220 registros; o infarto, com 4.176; as causas cardíacas inespecíficas, com 4.107; e só depois a Covid-19, com 3.605.
A queda nos números tem refletido na ocupação de leitos de hospitais de todo o país, com a redução do número de pessoas com Covid-19 hospitalizadas. No Amazonas, um dos estados a entrar em colapso no início do ano, apenas seis pessoas foram internadas com suspeita ou confirmação de Covid-19 na última quarta-feira (17), contra mais de 200 no período mais crítico da pandemia.
A Fiocruz alerta, porém, que mesmo com o quadro positivo não é hora de diminuir a atenção, especialmente levando em conta o fato de que outros países estão enfrentando novas ondas de contaminação mesmo com a vacinação em níveis semelhantes ao registrado no Brasil.
– O aprendizado sobre a Covid tem se dado na medida do seu enfrentamento. Novas questões vão sendo colocadas a cada momento. O aumento de casos novos em países da Europa e da Ásia alerta sobre a possibilidade de, mesmo após a observação de quedas significativas nos indicadores da pandemia, voltar a ocorrer aumento de casos no Brasil – diz um boletim da Fiocruz do último dia 17.