Ao New York Times, Lula exige “respeito” da parte de Trump
Por Anderson Souza
Publicado em 30/07/2025 10:15
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Em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou “respeito” por parte do seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse ser “vergonhoso” que o republicano tenha feito ameaças econômicas contra o Brasil em publicações nas redes sociais. Na avaliação do veículo de imprensa, “talvez não haja nenhum líder mundial desafiando o presidente Trump tão fortemente quanto o senhor Lula”.

O petista recebeu os jornalistas do periódico no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta terça-feira (29). Na ocasião, ele disse aos comunicadores para terem a “certeza” de que o governo brasileiro está tratando o tema da tarifa “com a máxima seriedade”.

– Mas seriedade não exige subserviência. Trato a todos com muito respeito. Mas quero ser tratado com respeito – frisou Lula.

O líder do Planalto ainda disse que o Brasil não negociará “como se fosse um país pequeno contra um país grande”.

– Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos deixa com medo. Nos deixa preocupados. Quando você tem um desentendimento comercial, um desentendimento político, você pega o telefone, marca uma reunião, conversa e tenta resolver o problema. O que você não faz é cobrar impostos e dar um ultimato – adicionou.

Lula defendeu que o povo brasileiro e estadunidense passarão de uma relação de ganhos mútuos durante 201 anos para uma relação de “perdas mútuas”, argumentando que a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros encarecerá diversos produtos em solo norte-americano.

– Nem o povo americano nem o povo brasileiro merecem isso – acrescentou.

A tarifa de 50% entra em vigor no próximo dia 1° de agosto. Ela foi anunciada por Trump como uma retaliação pela “caça às bruxas” judicial e política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, pelo “sentimento ocidental” no Brics, por decisões recentes do STF (Supremo Tribunal Federal) que para os EUA cerceiam a liberdade de expressão e por suposta deslealde comercial.

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