Verba da COP30 foi parar em empresa suspeita de propina
Por Anderson Souza
Publicado em 13/11/2025 08:15
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A Ômega Construtora e Incorporadora, investigada por corrupção em Belém (PA), recebeu R$ 4,4 milhões de uma linha de crédito criada pelo Ministério do Turismo para a COP30. O repasse foi feito em setembro, por meio da Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur).

A empresa pertence ao empresário Igor de Sousa Jacob, que é alvo de investigação da Polícia Federal junto com o pai. Os dois são suspeitos de participar de um esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propina. A PF aponta que a Ômega seria uma empresa de fachada usada para “escoar valores ilícitos” de contratos de saneamento.

O crédito foi autorizado pela pasta comandada por Celso Sabino, que flexibilizou regras do Fungetur para beneficiar empresas do Pará, seu reduto político. Ele duplicou o limite dos empréstimos e determinou que os bancos só poderiam aprovar propostas com anuência do ministério.

Sabino afirmou que não tem “qualquer ingerência” sobre a escolha das empresas e que a análise de crédito é feita pelos bancos.

– Se essa empresa não pagar, o banco vai ter que dar conta, pelo contrato que a gente tem com ele – disse ao UOL.

A Caixa informou ao ministério que a Ômega pretendia concluir as obras do hotel Amazônia Seasons, em Belém, para atender turistas da conferência. A instituição apresentou o projeto como “capital de giro isolado” para o empreendimento. O hotel iniciou operações no início de novembro.

Segundo a PF, Igor Jacob movimentava grandes quantias em espécie e intermediava “suborno a servidores”. Em uma ação monitorada, ele e o pai foram flagrados sacando R$ 600 mil em dinheiro vivo. Ambos alegaram que o valor seria usado para pagar funcionários e fornecedores.

 

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